sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Topshop no Brasil - finalmente!

Estava eu, tem umas duas semanas, navegando pelo novo site da Topshop quando reparei que eles haviam adicionado novos países para entrega internacional. Correndo fui para ver se o Brasil havia sido incluído na listagem - que conta agora com mais de 100 destinos! - e não, necas de Brasil. Fiquei PER-PLE-XA. Da América do Sul o Brasil se junta ao Paraguai, Venezuela, Peru e Equador (o Chile também não tem entregas internacionais mas tem sete lojas no país, então meio que compensa né...). Nada contra esses países, mas pô! Nós somos 190 milhões, (ainda) não temos ditador barato, acredito que há um percentual maior de "antenadas e fashionistas"... qual é a pinimba com a gente, afinal?

Correndo mandei um e-mail para o RP da Topshop que aparece no site da Arcadia (a holding que controla a Topshop) e, qual não é minha surpresa que me responderam hoje dizendo que a marca estaria se estabelecendo no país e, por esse motivo, ainda não colocaram a entrega online para ver como seria o andamento do projeto! Quase caí pra trás mas fiquei com um pé atrás - afinal, eu já havia falado sobre isso por aqui e até agora nem um sinal de fumaça havia sido emitido para mostrar que a Topshop realmente iria abrir suas portas num futuro próximo.


ana carolina atacando de pichadora de cartazes da Topshop!


Isso foi hoje de manhã - por volta das 11am daqui de Barcelona - e agora li no Petiscos da Julia Petit que é verdade mesmo, eles estão entrando no país! Brasileiras amantes de moda, pessoas queridas do meu Brasil, façam uma festa coletiva, saiam pelas ruas, pulem de felicidade, gritem a todos os pulmões. Essa é uma pequena mostra de que sim, o fast fashion internacional está finalmente chegando à terra Brasilis - nós não somos invisíveis (porque eu honestamente cheguei a pensar nisso)!

Falando sobre *business*, acredito que o Brasil não foi incluído na lista de países que o site Topshop.com entrega internacionalmente porque as lojas da marca aqui no Brasil não serão exclusivamente de Phillip Green. O grupo Iguatemi tem participação financeira na entrada da marca no Brasil (Carlos Jereissati havia sido visto jantando com Green por Londres e NY...) e, provavelmente, colocou no contrato algum tipo de cláusula impedindo a entrega. Afinal, se brasileiras (e brasileiros!) comprarem pelo site não entrará dindin na conta do Iguatemi, né?

Além disso, fico com aquela pulga atrás da orelha e penso: será que a Topshop vai dar uma de Zara e Accessorize, e entrar com preços três vezes mais caros que os vendidos por aqui e empurrar as sobras de estoque da estação anterior? Ninguém nunca me contou, não ouvi falar e não li em lugar nenhum - eu vi com meus próprios olhos vestidos sendo vendidos na Zara brasileira por 299 reais quando os vi (e até comprei um) aqui por 29-39 euros.A Topshop aqui em Barcelona tem preços 20-25% mais caros que os do Reino Unido. E minha cunhada, quando morava em Londres, comprou uma bolsa da Accessorize no final da temporada de promoções por 3 libras. A mesma estava sendo vendida na Accessorize brasileira por 129 reais.

Se for pra ser assim, realmente é uma tristeza que dói. Porque a intenção é ser aquela fast fashion gostosa, com uma vibe legal e com preços accessíveis - dar chance a milhares de meninas brasileiras que morrem de vontade de se jogar num universo fashionista mas não tem a grana pra isso. O Brasil é um país CARO pra se viver. Muito caro. E eu espero mesmo que a Topshop venha com a mesma filosofia, e não com a de ser mais uma marca que entra no mercado brasileiro querendo ser high end com produtos de high street.

P.S.: A Ana Cristina perguntou onde serão as lojas e eu respondo: ambas em São Paulo (como sempre!), infelizmente. Dado que o grupo Iguatemi é sócio de Phillip Green nessa empreitada brasileira, ambas as lojas serão abertas em shoppings do grupo em São Paulo. Uma será somente Topshop e a segunda será Topshop e Topman (dedicada aos meninos!) juntas. Acredito que, se ambas forem um sucesso, provavelmente o próximo destino será o Rio, mais precisamente o Barra Shopping, já que faz parte do grupo Iguatemi. Cariocas, *rezemos*!


Post escrito por Carol Aquino, colaboradora do blog Brasil Social Chic.