sábado, 27 de março de 2010

a H&M reciclando suas idéias





O New York Times descobriu no início de janeiro que a H&M da 35th street simplesmente destruía suas roupas que não eram vendidas, ao contrário da política da maioria das lojas do ramo em doar para caridade ou vender para lojas de segunda mão. Eles simplesmente cortavam buracos nas roupas e jogavam fora, na parte de trás da loja, para serem recolhidas pelos lixeiros.




Pra quem não conhece, a H&M é uma marca sueca especializada em moda de massas (uma espécia de equivalente sueco da Zara, digamos assim). Apesar dos preços baixos, eles não representam um ideal de comércio justo, roupas de qualidade e atitudes que sejam amigas do meio-ambiente, desigualdades sociais e afins. Quase todo seu outsourcing vem de fábricas na Índia, China, Marrocos, Turquia etc, e muitas dessas roupas passaram por mãos de crianças, idosos e pessoas sem nenhum tipo de proteção legal para que tenham condições mínimas de trabalho.

Esse tipo de discussão política não é muito forte no Brasil por diversos motivos. O maior deles é que quase todas as peças vendidas no Brasil são produzidos internamente e nós, ao contrário da maioria dos países emergentes, temos proteção em excesso dos nossos trabalhadores. Mas essa não deixa de ser uma discussão válida pois, afinal, cada vez mais essas marcas vão invadir o Brasil: Zara já é bem estabelecida no país e existem diversos rumores que a H&M vai abrir suas portas por aí.

No final de janeiro, foi descoberto pelo Financial Times alemão que grande parte dos materiais que a H&M vendia como orgânicos não eram tão orgânicos quanto eles anunciavam... 2010 começou bem pra gigante sueca.



Mas, como tudo no mundo dos negócios de fast fashion gira muito rápido, a marca tenta reverter a situação lançando uma mini-coleção de primavera/verão baseada em materiais renováveis, orgânicos e reciclados. Todos os materiais usados na construção das peças é denominado sustentável; ou seja, não agride o meio-ambiente.



Chamada de Garden Party, a coleção é super baseada em florais, com cores pastéis e um rosa bem fúcsia e um azul ciano. As roupas são bem soltinhas, num clima muito primaveril e cara de "sonhos de uma noite de verão".






Fiquem com o vídeo oficial de lançamento da coleção, que estará nas lojas da H&M a partir de 25 de março:




Sendo ou não uma forma de ganhar novamente as graças do público, a iniciativa valeu bastante Tomara que a maioria das marcas tenha essa vontade de fazer por livre e espontânea vontade (a.k.a. pressão pública) mais coleções baseadas em materiais sustentáveis e reciclados. Muita gente tem preconceito com coisas de segunda mão, mas quem resiste à uma peça dessas?




Se você estiver perto de uma, acho que vale a pena dar uma checada. Não por serem "sustentáveis", mas porque elas aparentam ser lindas mesmo!

P.S.: Carol Aquino é sócia da Trend Menu e escreve para o Trend Menu Blog

moda inteligente ao redor do mundo

Olá a todos,

meu nome é Carol e me apresento como colaboradora da Brasil Social Chic. Moro em Barcelona e minha intenção é falar sobre como o comércio justo, os materiais orgânicos e recicláveis e tudo que rodeia a moda inteligente estão cada com força cada vez maior no mundo da moda.

Muitos consumidores, especialmente na Europa, já sabem a importância de saber de onde vem os materiais e a mão de obra que criaram suas roupas. Com isso as empresas começam a correr atrás do prejuízo e a oferecer coleções voltadas ao fair trade e com um background de materiais recicláveis e orgânicos. Nossa intenção não é somente informar mas também mostrar que a moda justa também pode ser fashionable e trazer benefícios a sociedade como um todo.

Espero que gostem dos textos que colocarei aqui e que consigamos conscientizar cada vez mais pessoas!

Beijos,
Carol

P.S.: Carol Aquino é sócia da Trend Menu e escreve para o Trend Menu Blog.